Fiocruz alerta para chegada da chikungunya, doença parecida com a dengue, no Brasil
Aedes albopictus
Após causar epidemias na Ásia, África, Europa e Caribe, o vírus chikungunyatem grande possibilidade de se espalhar pelo Brasil e por outros países das Américas, segundo um estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Pasteur. A pesquisa, publicada noJournal of Virology, revela que em cidades populosas como o Rio de Janeiro, onde há grande infestação de mosquitos Aedes aegypti, um dos vetores da doença, o risco de disseminação é muito alto.
De acordo com o pesquisador do Laboratório de Hematozoários do IOC e coordenador do estudo, Ricardo Lourenço, a preocupação no continente americano cresceu depois que casos suspeitos da febre do chikungunya foram identificados na ilha de Saint Martin, no Caribe, em dezembro de 2013. “Desde 2004, o vírus vem se alastrando pelo mundo e já houve registro de casos importados no Brasil, envolvendo pessoas que viajaram para outros países. A transmissão da doença em solo brasileiro ainda não ocorreu, mas a pesquisa recém concluída revela que há um risco real e é preciso agir para evitar uma epidemia grave, uma vez que os mosquitos transmissores são os mesmos da dengue”, afirmou.
O estudo comprova, pela primeira vez, que os mosquitos Aedes aegypit e Aedes albopictus de dez países do continente americano são altamente capazes de transmitir chikungunya. Porém, a maior eficiência para disseminar a doença foi encontrada nos vetores da América Latina, com destaque para o Rio de Janeiro. Em uma das populações de Aedes albopictus da cidade, foi identificado que 96,7% dos insetos passaram a transmitir o vírus uma semana após ter ingerido sangue contaminado. Porém, o vírus pode ser transmitido pela picada de mosquitos do Rio de Janeiro apenas dois dias depois dos mosquitos terem sido infectados.
Sintomas semelhantes ao da dengue
Não existe vacina, nem remédio específico contra o chikungunya. O tratamento da doença consiste em hidratação e uso de medicamentos para aliviar os sintomas semelhantes aos da dengue, incluindo, ainda, fortes dores nas articulações que podem perdurar por vários dias. Segundo a Organização Mundial da Saúde, complicações graves são raras, mas em pessoas idosas, a infecção pode contribuir para a morte.
De acordo com o especialista, o controle da doença depende do combate aos mosquitos. “Além da dengue, que é um risco constante no Brasil, há agora um novo motivo para as autoridades e a população reforçarem as ações contra os mosquitos vetores, que são os mesmos”.
Como vemos as cores [vídeo]
Na retina, existem dois tipos diferentes de células detectoras de luz: bastonetes e cones. Os bastonetes são usados para ver em condições de pouca luz, e só há um tipo deles. Já os cones são diferentes; existem três tipos de células que correspondem às cores vermelha, verde e azul.
Confira no vídeo a seguir:
Confira algumas dicas de biologia com o professor Stanley em http://grupodomboscosm.blogspot.com.br/p/e-ai-professor_21.html
O que responder a um irmão evangélico quando vierem tentar te convencer a mudar para o protestantismo?
Conheça algumas maneiras de responder bem quando vierem querer lhe “converter”, isto é, convencê-lo a mudar para alguma “igreja evangélica”… O texto abaixo foi adaptado por Henrique Sebastião de um artigo de autor desconhecido da internet, e contém 16 pontos básicos de afirmação da fé católica apostólica romana. É um pouco longo, mas vale a pena ler até o final!
Não sou nem nunca
serei “evangélico”, porque…
1- Porque as
“igrejas evangélicas” não existiam no princípio do Cristianismo. Essas
comunidades surgiram com os protestos de Martinho Lutero, um monge católico que
se rebelou contra o Papa: sem querer, ele acabou iniciando uma nova religião.
Até então, todos os cristãos eram católicos, fossem romanos ou ortodoxos. E
conta a história que Lutero morreu arrependido por ter dado início a esse
movimento, com o terço na mão e pedindo perdão à Igreja de Jesus Cristo, que
ele renegou. Antes disso, ele mesmo declarou às pessoas que o seguiam:
"Reconhecemos
– como devemos – que muito do que os católicos dizem é a Verdade: que o papado
possui a Palavra de Deus e o ofício dos Apóstolos, e que foi deles que
recebemos as Sagradas Escrituras, o Batismo, os Sacramentos e o púlpito. O que
saberíamos nós acerca disso se não fosse por eles?" (Sermão proferido
em 1537, conf. "Obras de Lutero", vol. 24, St. Louis, Mo.: Concórdia,
1961, p. 304)
Além disso, o
movimento denominado protestantismo, que deu origem às “igrejas
evangélicas” de hoje, surgiu somente 1.500 anos depois de Jesus! Já havia se
passado mais de um milênio e meio após a época dos Apóstolos quando essa linha
de pensamento surgiu! Você acha que Cristo esperaria mais de 1.500 anos para
revelar a sua verdadeira doutrina ao mundo? E que todos os cristãos católicos
que viveram antes de Lutero (inclusive tantos e tantos santos que deram a vida
por amor ao Evangelho) estavam enganados, perdidos, condenados ao inferno?
Segundo o que dizem os evangélicos de hoje, sim, porque os católicos, para
eles, estão perdidos e precisam se “converter” a alguma igreja evangélica para
serem salvos! Isso é um absurdo tão grande e tão claro que eu digo: graças a
Deus eu sou católico!
2- Porque as
“igrejas” evangélicas são locais, regionais ou nacionais: para eles, não existe
uma Igreja Mãe, isto é, uma Igreja Universal que guarde a Palavra e a Tradição
dos primeiros cristãos, desde o tempo de Jesus Cristo! Em outras palavras, cada
“igreja” deles afirma e ensina uma coisa, conforme a interpretação que o
“pastor” faz da Bíblia! Isso é uma incoerência tremenda, e, alías, a palavra
“Católico” significa exatamente “Universal”. – Até no nome eles imitam a minha
Igreja…
3- Porque eles
afirmam que somente a Bíblia deve ser considerada a única norma da fé e base da
prática cristã, mas eles não concordam entre si, e um “pastor” entra em
contradição com outro! São mais de 20.000 mil denominações evangélicas
diferentes no mundo! Cada uma prega uma suposta “verdade revelada” diferente…
Atribuem a si próprios o direito exclusivo de interpretar a Bíblia, como se
fossem especialmente iluminados pelo Espírito Santo, sem intermediários.
Interessantes são as enormes diferenças que o “Espírito” estaria manifestando a
cada uma das suas milhares de ramificações…
4- Porque a
doutrina deles diz que a salvação está somente em crer em Cristo e nada mais. –
Mas a Palavra de Deus diz que não basta somente crer, pois "até os
demônios crêem, e estremecem" (Tiago 2, 19). Nós sabemos que não basta
apenas ter fé, mas é preciso viver a fé, e vivê-la em
santidade. – E sabemos que a verdadeira fé se reflete nas obras, como
também ensina a própria Bíblia, que eles dizem seguir. Por isso existe a moral
que a Igreja ensina. Dizer que para ser salvo basta ir à frente de uma
assembléia reunida e dizer: “eu aceito Jesus como salvador”; – e depois
continuar vivendo uma vida de pecados, muitas vezes colocando as questões
materiais e financeiras antes de Deus em sua vida, isso é idolatria. É mentir à
própria consciência.
5- Porque eles
leem a Bíblia (embora sem alguns livros e com interpretações conflitantes) sem
ter nenhuma autoridade superior para orientar a fé, para guardar e confirmar a
Verdade que as letras (que são mortas em si mesmas) exprimem. Não sou nem serei
evangélico porque eles negam a Tradição, sendo que na própria Bíblia Paulo
recomenda os ensinamentos da Tradição (viva voz) que nos foram transmitidos por
Jesus e passam de geração a geração através da Igreja, mesmo sem estarem
escritos (Conf. 2 Tim 1,12-14).
6- Porque
algumas denominações deles batizam crianças, outras não; algumas observam o
domingo, outras, o sábado; algumas têm “bispos” (sendo que eles mesmos se
declaram ‘bispos’), outras não têm; algumas têm hierarquia, outras entregam o
governo da comunidade à congregação; algumas fazem cálculos malucos para
definir a data do fim do mundo, outras não se preocupam com isso; etc, etc… E
eu acredito que a Verdade é uma só. Não pode existir uma Verdade diferente para
cada comunidade diferente.
7- Porque há
passagens da Bíblia que eles simplesmente “pulam”, tais como as que falam sobre
a Presença Real na Eucaristia, onde Jesus diz claramente: “Isto é o
meu Corpo e Isto é o meu Sangue”(Mateus 26, 26-28); ou a passagem em
que Jesus institui a sua única Igreja sobre o Apóstolo Pedro (Mateus 16,
17-19).
8- Porque eles
não aceitam a Real Presença do Senhor no Pão e no Vinho Consagrados, sendo que
em João 6, 51 Jesus mesmo afirma: “O pão que eu darei é a minha
carne para a vida do mundo”. Aos judeus que não entenderam essa
revelação, ele ainda tornou a afirmar: “Em verdade, em verdade vos
digo: se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós. Pois a minha Carne é uma verdadeira comida e
o meu Sangue é uma verdadeira bebida”(João, 6, 55).
9- Porque eles
não aceitam o Sacramento do Perdão e da Reconciliação (Confissão), sendo que
Jesus entregou aos Apóstolos e seus sucessores a faculdade de perdoar ou não os
pecados, e agir em nome dele. Foi Jesus Cristo mesmo quem disse aos
Apóstolos: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados; àqueles a quem não perdoardes, não serão perdoados” (Jo
20,23).
10- Porque Jesus
prometeu à sua Igreja que estaria com ela até o fim dos tempos (Mateus 28, 20),
mas eles se afastam da única Igreja de Cristo para fundar cada vez mais “novas
igrejas”; que vão se dividindo, subdividindo e se esfacelando sem parar,
empobrecendo e vulgarizando a Palavra e o Evangelho.
11- Porque,
enquanto a minha Igreja dialoga com a ciência e se propõe a acatar as verdades
do mundo natural, eles adotam uma interpretação literal e cega da Bíblia, que
começou a ser escrita há mais de 5.000 anos, sem discernir as expressões e
sentidos próprios dos tempos antigos; assim, eles acabam distorcendo os
verdadeiros ensinamentos.
12- Porque quem
lê um folheto evangélico dirigido a desviar os católicos da verdadeira Igreja
de Cristo, se tiver um pingo de consciência e discernimento, lamenta o baixo
nível das argumentações, sendo imprecisas, vagas, ou mesmo tendenciosas;
afirmam gratuitamente sem provar suas acusações; baseiam-se em premissas
falsas, datas fictícias, anacronismos etc.
13- Porque eles
protestam, criticam e censuram a fé Católica, para substituí-la pela negação à
autoridade do Papa. Esse é o único laço que os une, pois a essência do
protestantismo é a negação da Igreja Católica.
14- Porque eles
renegam as profecias bíblicas em suas congregações. Segundo a Bíblia, a Virgem
Maria, que era cheia do Espírito Santo, profetizou: “Desde agora,
todas as gerações me chamarão Bem-aventurada” (Lucas 1.48). Mas
nos cultos evangélicos seu nome sequer é mencionado. Tudo que ouço dos
evangélicos sobre Maria é que ela “foi apenas uma mulher qualquer”.
Que "mulher qualquer" gerou, algum dia, o Filho de Deus na Terra?
Portanto, somente a Igreja Católica cumpre a profecia bíblica de Lucas 1, 48.
Como é bom honrar a mãe do Salvador, crer que ela nos acompanha na caminhada e
reza junto conosco!
15- Enfim, não
sou e nem nunca serei evangélico porque, os que assim se chamam, não reconhecem
o primado de Pedro, sendo que o próprio Jesus Cristo fundou a sua única Igreja
sobre ele, como mostra a Bíblia Sagrada:
"Bem-aventurado
és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou
que sou o Cristo, mas meu Pai, que está nos Céus. Pois também eu te digo que tu
és a Pedra (Pedro), e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja: os portais do
Inferno não prevalecerão contra ela. Te darei as chaves do Reino dos Céus: o
que ligares, pois, na Terra, será ligado nos Céus, e o que desligares na Terra
será desligado nos Céus"
Jesus Cristo (Mateus 16, 17-19).
Jesus Cristo (Mateus 16, 17-19).
Nunca deixarei nem
poderia deixar de ser católico, se o próprio Senhor Jesus Cristo edificou sua
Igreja sobre Pedro, e as “igrejas evangélicas” estão baseadas sobre Lutero, ou
Calvino, Knox, Wesley, Edir Macedo, Sônia Hernandes, Valdemiro Santiago, etc,
etc… Estão fundadas sobre interpretações de homens. Entre Jesus e essas
denominações todas há um hiato de no mínimo 1.500 anos… Somente a Igreja
Católica remonta até o Senhor Jesus Cristo. É por isso que eu sou, sim, mais do
que feliz por ser católico!
Agora você já sabe
o que responder quando um pregador “evangélico” vier tentar lhe convencer a
mudar de igreja. E já sabe porque não deve dar ouvidos a ele. Apresentando as
verdades acima, talvez você até o convença, ele sim, a voltar para a primeira e
única Santa Igreja do Senhor! E, afinal de contas, para falar a verdade, os
verdadeiros “evangélicos” somos nós, católicos, que guardamos e preservamos a
mensagem original dos Evangelhos desde o princípio! Glória a Deus!
Todos desejaríamos
que a Igreja fosse jovem, forte, vigorosa, ousada, criativa, primaveril,
atraente… Mas nós a encontramos cansada, pressionada, silenciosa, medrosa,
quase muda. Parece-nos muito velha, às vezes quase tememos que tenha o mal de
Alzheimer: recorda o passado, repete-o, mas parece que o que ocorre no momento
lhe escapa, é quase míope para compreender as novas luzes que brilham e que
exigem resposta. Outras vezes nos parece surda, não escuta os gritos e o
vozerio de um mundo agitado e turbulento.
Os jovens a abandonam,
cansados de ver seu estado deplorável; tão calada, tão passiva, tão pouco
acolhedora. Outros a atacam violentamente, ferem-na, inclusive anunciam sua
morte próxima: "é questão de tempo, é do passado, é uma relíquia
anacrônica, é um objeto de antiquário". Outros querem rejuvenescê-la
com técnicas artificiais, antioxidantes, cremes contra rugas. Mas ela não
deixa. Outros a vêem suja, manchada, descuidada, abandonada, desprezada, como
se ninguém cuidasse dela, tentando ajudá-la com carinho: é tão velha a pobre…
Mas ela fica
calada, medita em seu interior, recorda o passado, quando era jovem e pobre,
quando a perseguiram, quando a coroaram como rainha e mestra, quando a uniram a
príncipes e reis, quando todos diziam ser seus filhos. E ela sorri, pois sempre
quis ser como no começo, fiel ao Espírito, singela, pobre, transparente, aberta
a todos, fecunda, livre, evangélica… Como seu Esposo, o Senhor. Agradece a seus
filhos que quiseram que ela voltasse às suas origens, aos seus filhos fiéis,
que nunca procuravam seu próprio proveito, senão o do Senhor.
É sábia, cheia de
experiência, experiente em humanidade, sabe que há primaveras e também
invernos; agora é inverno. Muitos se afastam dela escandalizados, mas ela sabe
que depois do inverno virá o verão, pois tem boa memória. Não tem medo, tempos
melhores virão, haverão filhos proféticos e corajosos que lhe devolverão o
brilho evangélico de suas origens; tornar-se-á novamente pobre, evangélica e
pascoal. Tem paciência, espera, não desanima: o Senhor, seu Esposo, está
ausente, mas voltará; enquanto isso, mantem a presença vivificante de seu
Espírito.
Ela é muito antiga,
tem séculos de história, desde dos tempos de Adão, Abel, como os velhos Santos
Padres pressentiram e a chamaram de "anciã". Os impérios passam, reis
e ditadores cairão, mas ela continua firme, silenciosa, com passo lento,
caminhando para um fim sem ocaso. Espera sempre, sabe que o Senhor falou das
sementes pequenas, mas que crescem, do pouco fermento que fará a massa crescer.
Sabe também que o joio está com o trigo, por isso não quer arrancá-lo, pois
todas as vezes que seus filhos tentaram fazer isso inquisitorialmente
redundaram em grotesco fracasso. Prefere usar a misericórdia, a paciência, o
entendimento, o perdão e a indulgência, a excomungar e lançar anátemas.
Não quer
pressionar, não quer forçar nada, – como alguns gostariam, – não pretende ser
cada vez mais numerosa e forte, não deseja ser poderosa e rica, pois os que
isso queriam arruinaram-na. Não pretende saber tudo, não quer dar normas a todos,
como alguns fizeram em outros tempos e ainda querem que se continue fazendo
agora. Ela prefere dialogar, mas muitos de seus filhos têm medo do diálogo. Os
tempos mudaram, e ela prefere silenciar, oferecer a água pura de sua Verdade
como as fontes das áreas áridas que oferecem água ao sedento, sem obrigar
ninguém a beber. Quer abrir janelas, sacudir o pó de imperadores e reinos
passados, quer respirar ares novos repletos de oxigênio, mesmo sendo muito
velha. Muitos, porém, fecham apressados suas janelas, com medo de que a velha
se resfríe…
Ainda que pareça
silenciosa, muda e surda, no fundo escuta uma voz interior que lhe sussurra
palavras de Vida Eterna. Quando nos parece cega, na realidade tem os olhos
voltados para dentro, para o Senhor, seu Esposo que lhe dá força, dá-lhe seu
Espírito para que nunca desanime, não decaia, não perca a esperança, para
aprender a viver novos tempos. Ainda deve percorrer um longo caminho, como
aconteceu ao velho e cansado Elías no deserto.
Parece sofrer de
Alzheimer, mas na realidade o que ela quer é que nós a cuidemos, como um esposo
carinhoso que cuida de sua esposa enferma. Ela quer ser amada e atendida,
espera que façamos uma reflexão sobre o que fizemos com ela, por que a deixamos
nesta situação, por que a abandonamos procurando outras ideologias, outras
religiões, outras cosmovisões, outras espiritualidades, mais atraentes e
sedutoras, que nos deixam aparentemente mais satisfeitos mas que talvez não nos
questionem tanto. Quem é o responsável por ela se encontrar assim hoje em dia?
Quem é o culpado por ela parecer tão suja e imunda? Quem lhe arrebatou suas
jóias para brilhar com elas? Quem foram as pessoas que se apropriaram dela,
utilizando-a, manipulando-a, dizendo que sao eles a Igreja, que a representam e
falam em seu nome? Aquele que não tiver culpa que lance a primeira pedra,
começando pelos mais velhos…
Esta Igreja idadosa
atravessa fases, assim como a Lua, segundo alguns Santos Padres. Há momentos
minguantes, de escuridão, de eclipse: agora estamos num deles. Mas logo
chegarão momentos de claridade e de luz crescente. Ela brilha com a luz do Sol
que é o Senhor, não com luz própria. Deve esperar, ter paciência.
Essa velha senhora
é visitada pelos pobres, pelas crianças, mulheres fiéis, gente insignificante,
que não lhe temem, que gostam dela, levam-lhe flores, sabem que seu coração
está vivo e alegre, que embora seja anciã é fértil. Sentem-se bem com ela,
mesmo falando pouco ou ficando calada. Escutam o seu silêncio como uma música
branca, sabem que seu coração é terno e jovem, que é misericordioso, que os
compreende e os ama. Ela agradece, sorri e acaricia-lhes suas mãos com carinho
maternal.
Pessoas ilustres
não a visitam. Ela não recebe visitas de pessoas importantes e poderosas, pois
já não podem tirar proveito dela. Estes já extraíram tudo o que lhes foi
possível, já abusaram dela tanto quanto puderam. Ela agora já não serve, é
lixo, uma velharia. São todos aqueles que, com a desculpa de servi-la, se
serviram dela para seus interesses. E assim a deixaram, desprestigiada, com
péssima fama. Utilizaram seu nome, invocaram a civilização cristã para se
enriquecerem. Agora esta velha anciã inútil já não lhes serve.
Outros dizem que
aceitam Jesus, seu Esposo, mas não a velha e caduca Igreja, como se o Espírito
de Jesus não animasse o corpo da Igreja. A velha Igreja sabe disso, dói em sua
alma esta preterição, pois ninguém poderá ir a Jesus se não passar por ela,
ninguém poderá separá-la de seu Esposo. Isso não passa de orgulho. Mas ela se
cala e espera. Um dia, talvez, percebam e voltem para a velha Igreja. Ela tem
um grande Tesouro para comunicar à humanidade: chama-se Jesus de Nazaré, morto
e ressuscitado por nosso bem, para termos Vida verdadeira em abundância. Ela o
entrega, generosa, aos que a procuram com simplicidade de coração, mesmo sendo
idosa… Ou talvez por isso mesmo.
Um dia o Senhor
regressará e embelezará sua fiel Esposa com luz resplandecente e vestidos
novos; a Igreja voltará a ser jovem e bonita, então. E Ele lhe agradecerá por
ter tido tanta paciência e tanta resistência durante tantos anos, por haver
sido a velha Igreja silenciosa e meio surda, sofrendo de uma doença que parecia
incurável mas que na realidade não passava de um momento de debilidade, uma
fase passageira da anciã Igreja, sempre viva pela força do Espírito. Mas até
chegar esse dia, haverá alguém que queira cuidar desta senhora idosa chamada
Igreja.
Autor: Víctor
Codina, SJ, professor de eclesiologia na Universidade Católica Boliviana de
Cochabamba.
CARTA
APOSTÓLICA
SOB FORMA DE MOTU
PROPRIO
PORTA FIDEI
DO SUMO PONTÍFICE
BENTO XVI
BENTO XVI
COM A QUAL SE
PROCLAMA O ANO DA FÉ
1. A PORTA DA
FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus
e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível
cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa
plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se
num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo
(cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome
de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna,
fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis
fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17,
22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer
num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na
plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que
redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que
guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do
Senhor.
2. Desde o
princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de
redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a
alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da
Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os
Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora
do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele
que dá a vida, a vida em plenitude»[1]. Sucede não poucas
vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais,
culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um
pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir,
mas frequentemente acaba até negado.[2] Enquanto, no
passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente
compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela
inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade
devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.
3. Não podemos
aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5,
13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir
como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber
na sua fonte, donde jorra água viva (cf.Jo 4, 14). Devemos
readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida
fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos
são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias
ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não
pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna»
(Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é
a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar
as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A
obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo6, 29). Por isso,
crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à
salvação.
4. À luz de
tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de
Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e
terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de
Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão
também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado
pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II,[3] com o objectivo de ilustrar a todos os
fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio
Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como
instrumento ao serviço da catequese[4] e foi
realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma
Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para
o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a
transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o
complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da
fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé.
O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano
semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no
décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento
solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão
da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e
colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca».[5] Pensava que a Igreja poderia assim
retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar,
confessar».[6] As grandes
convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a
necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus,[7] para atestar como os conteúdos
essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes,
necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre
nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das
do passado.
5. Sob alguns
aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e
exigência pós-conciliar»[8], bem ciente das
graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da
verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o
início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do
Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os
textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do
Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É
necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados
como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da
Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio
como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele
se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que
começa».[9] Quero aqui
repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos
meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos
guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez
mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».[10]
6. A renovação
da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos
crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria
vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio,
na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente,
imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5,
21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2,
17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e
sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a
renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do
mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que
Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do
Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas
aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas
fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».[11]
Nesta perspectiva,
o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão
ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição,
Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida
por meio da remissão dos pecados (cf.Act 5, 31). Para o apóstolo
Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos
sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de
entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6,
4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a
novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os
pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo
pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais
completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5,
6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida
do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10;Ef 4,
20-29; 2 Cor 5, 17).
7. «Caritas
Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5,
14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a
evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para
proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28,
19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo
o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um
mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho
eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo
a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta
diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes,
que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como
experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de
alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e
permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e
a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra
a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho –
«fortificam-se acreditando».[12] O Santo Bispo de Hipona tinha boas
razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da
beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus.[13] Os seus
numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé,
permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e
consentem ainda que tantas pessoas à procura de Deus encontrem o justo percurso
para chegar à «porta da fé».
Por conseguinte, só
acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de
adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas
mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em
Deus.
8. Nesta feliz
ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam
ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a
fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de
forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para
ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a
sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este
que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor
Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas
casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a
exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de
sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as
comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas,
encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.
9. Desejamos
que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a
fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma
ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé
na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se
encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força».[14] Simultaneamente esperamos que o testemunho de
vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos
da fé professada, celebrada, vivida e rezada[15] e reflectir
sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve
assumir, sobretudo nesteAno.
Não foi sem razão
que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória
o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não
esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo. Recorda-o, com palavras
densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio
symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo
mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as
palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe,
apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e
proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis
repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as
refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília
por ele».[16]
10. Queria
agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os
conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com
plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade
profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso
assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando
escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10,
10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de
Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela
mesma.
A este respeito é
muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo,
encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas
mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir
ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é
importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve
acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa
– não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e
compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.
Por sua vez, o
professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso
públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A
fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele»
introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente
porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social
daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a
clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda
a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o
nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.
A própria profissão
da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro
sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o
Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação.
Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a
fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por
ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos
reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos
crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua
fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]
Como se pode notar,
o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprioassentimento,
isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é
proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério
salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que,
quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o
garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu
mistério de amor.[18]
Por outro lado, não
podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora
não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do
sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo.
Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela
estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz
inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre».[19] Esta exigência constitui um convite
permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para caminhar ao
encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo
ao nosso encontro.[20] É
precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.
11. Para
chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio
precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um
dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição
apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem
do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João
Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra
de renovação de toda a vida eclesial (…). Declaro-o norma segura para o ensino
da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão
eclesial».[21]
É precisamente
nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço
generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da
fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese
sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a
Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história.
Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia
aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece
uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e
progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria
estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o
desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando
as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o
encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de
fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e
operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os
sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que
sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre
a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a
fé, a liturgia e a oração.
12. Assim,
no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um
verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a
formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal
finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum
acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, umaNota, através da
qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos
moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço
do crer e do evangelizar.
De facto, em nossos
dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos,
que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o
âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas,
a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito
entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes,
tendem para a verdade.[22]
13. Será
decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que
faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a
primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram
para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o
segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para
experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.
Ao longo deste
tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12,
2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A
alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do
perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo
isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se
homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a
força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação,
encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa
história de salvação.
Pela fé, Maria
acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na
obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel,
elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em
quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e
trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade
(cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus
para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2,
13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado
mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os
frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo
(cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no
Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2,
1-4).
Pela fé, os
Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28).
Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e
realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão
de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova
regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos
depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo
mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura
(cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a
alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
Pela fé, os
discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos
Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que
possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2,
42-47).
Pela fé, os
mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os
transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o
perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela fé, homens e
mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em
simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos
de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se
fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a
palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça
para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso
dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no
Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de
seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu
ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos
carismas e ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos
também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na
história.
14. O Ano
da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho
da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a
esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13,
13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos
–, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que
tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou
uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes
disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes
dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé:
se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém
alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua
fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2,
14-18).
A fé sem a caridade
não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê
da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à
outra realizar o seu caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam
amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído,
considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer,
porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude
da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor
ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a
Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma
advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele
amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu
próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho
da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo,
aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3,
13; cf. Ap 21, 1).
15. Já no termo da
sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé»
(cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo
(cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de
nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que
permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por
nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé
obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no
mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho
credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor,
são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e
da vida verdadeira, aquela que não tem fim.
Que «a Palavra do
Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano
da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que
só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e
duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de
luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum
tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade
genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo
também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra,
na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem
O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e
irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1
Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a
do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em
nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam
ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da
Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) ,
são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco,
então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza,
acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança
segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do
maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua
misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.
À Mãe de Deus,
proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos
este tempo de graça.
Dado em Roma, junto
de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.
BENEDICTUS PP. XVI
[1] Homilia no início do ministério
petrino do Bispo de Roma (24 de Abril de 2005): AAS 97
(2005), 710.
[2] Cf. Bento
XVI, Homilia da Santa Missa no
Terreiro do Paço (Lisboa – 11 de Maio de 2010): L’Osservatore Romano (ed.
port. de 15/V/2010), 3.
[3] Cf. João
Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86
(1994), 113-118.
[4] Cf. Relação
final do Sínodo Extraordinário dos Bispos (7 de Dezembro de 1985), II,
B, a, 4: L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/XII/1985), 650.
[5] Paulo VI,
Exort. ap. Petrum et Paulum Apostolos, no XIX centenário do martírio
dos Apóstolos São Pedro e São Paulo (22 de Fevereiro de 1967): AAS 59
(1967), 196.
[7] Paulo
VI, Profissão Solene de Fé, Homilia durante a Concelebração
por ocasião do XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo,
no encerramento do «Ano da Fé»(30 de Junho de 1968): AAS 60
(1968), 433-445.
[8] Paulo
VI, Audiência Geral (14 de Junho
de 1967): Insegnamenti, V (1967), 801.
[9] João Paulo
II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de Janeiro
de 2001), 57: AAS 93 (2001), 308.
[10] Discurso à Cúria Romana (22 de Dezembro de 2005): AAS 98
(2006), 52.
[11] Conc. Ecum.
Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 8.
[12] De
utilitate credendi, 1, 2.
[13] Cf. Confissões,
1, 1.
[14] Conc. Ecum.
Vat. II, Const. sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 10.
[15] Cf. João
Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86
(1994), 116.
[16] Santo
Agostinho, Sermo 215, 1.
[18] Cf. Conc.
Ecum. Vat. I, Const. dogm. sobre a fé católica Dei Filius, cap.
III: DS 3008-3009; Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a
Revelação divina Dei Verbum, 5.
[19] Bento
XVI, Discurso no «Collège des Bernardins» (Paris, 12 de Setembro de 2008): AAS100
(2008), 722.
[20] Cf. Santo
Agostinho, Confissões, 13, 1.
[21] Const.
ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86
(1994), 115 e 117.
[22] Cf. João
Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998),
34.106: AAS 91 (1999), 31-32.86-87.
Leia a Carta
Apostólica do Papa Bento XVI para a proclamação do Ano da Fé.
Por que ouvir a minha voz gravada é tão estranho?
Essa é uma pergunta na qual muitos fazem.
Os sons percorrem diferentes
caminhos que o som leva para chegar ao ouvido interno. O som é ouvido como
vibrações que viajam através do ar até chegarem aos nossos ouvidos.
OU SEJA
Quando você fala, essas vibrações viajam a partir
do ar e também através dos ossos da cabeça, como por exemplo, nosso maxilar.
Então, a maneira como você percebe a sua própria voz é uma combinação dessas
duas vias, que, graças às ressonâncias da sua cabeça, é muitas vezes mais
profunda do que uma gravação.
Resumindo quando você se ouve, na verdade está
ouvindo a sua voz apenas a partir de vibrações que viajam através do ar. Daí
então a diferença.
Tudo depende do ambiente em que foi gravado e
ouvido a sua voz.
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